Associação Brasileira Online to Offline (ABO2O) esclarece que PL 129/2019 pode prejudicar 34 mil profissionais independentes no RJ

Obrigatoriedade de Placa Vermelha, proposta pelo Projeto de Lei que pode ser votado em breve, na Câmara dos Vereadores, pode prejudicar a fonte de renda dos entregadores cariocas

 

A Associação Brasileira Online to Offline (ABO2O), entidade que reúne mais de 100 plataformas digitais que beneficiam cerca de 45 milhões de consumidores, varejistas e prestadores de serviços, gostaria de esclarecer a sua preocupação com o Projeto de Lei 129/2019, que deve ser votado em breve na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, que pretende obrigar os entregadores a obterem placa vermelha para trabalhar com plataformas digitais e comércios locais.

O projeto visa a exigência de placa vermelha para a moto e uma autorização específica de motofretista - uma espécie de alvará - que são burocracias que não condizem com as necessidades do cenário atual, além de trazerem custos para os entregadores.

A ABO2O ressalta que as pessoas que obtém sua renda por meio das plataformas não podem depender de uma fórmula engessada, que traga de volta uma regulação, a partir de mais impostos e regras, que prejudique o trabalho, liberdade de escolha e oportunidade de auferir renda.

Para tratar esse e outros aspectos, a ABO2O criou o Guia de Mobilidade Urbana e Delivery pós-Covid-19, com propostas elaboradas por especialistas, acadêmicos e representantes da sociedade civil, com o intuito de construir políticas públicas mais modernas e eficientes para a mobilidade urbana brasileira.  Entre os quatro pontos principais tratados no guia, estão propostas para tratar o impacto econômico e regulamentação eficiente para a nova economia.

O projeto de Lei 129/2019, caso aprovado, têm impacto direto em atores importantes para a economia do Rio de Janeiro, e, posteriormente, podem também interferir na atividade em outras cidades e estados.

  • Implicações da PLs para os entregadores:

Cerca de 34 mil entregadores por aplicativo que trabalham no Rio de Janeiro não possuem placa vermelha. Para obtê-la teriam que pagar taxas para a Prefeitura, realizar cursos semipresenciais, comprar baús e, em alguns casos, comprar novas motos. O valor é de aproximadamente R$ 1.646,04 (tendo como referência o valor em São Paulo para tal licenciamento) e cada trabalhador deverá desembolsar a quantia para estar regularizado. Além disso, o processo para obter a placa vermelha leva cerca de 3 meses, em alguns casos até 6 meses, e pode prejudicar o sustento da família desses profissionais independentes.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a pandemia de covid-19 bateu recorde de desemprego, em setembro, atingindo mais de 14 milhões de brasileiros. Entre maio e setembro, mais de 4,1 milhões de pessoas entraram para a fila do desemprego.  Em razão desse aumento, muitos profissionais de outras áreas estão obtendo renda por meio de entregas, trabalhando em diversas plataformas online como forma de garantir o sustento de suas famílias. Prova disso é que a demanda por cadastros nas plataformas digitais aumentou, em média, 100% comparada aos três meses anteriores à pandemia.

O projeto em questão não estimula a atividade econômica nem contribui para aumentar a segurança dos entregadores de aplicativos. A ABO2O reforça a importância da adoção de medidas que implementem esse estímulo, gerando emprego e renda, sem que a municipalidade limite ou interfira nas atividades da iniciativa privada. Além disso, ressaltamos a necessidade de que o poder público atue de forma a diminuir os impostos incidentes nos itens de proteção e segurança utilizados pelos entregadores, e a disponibilizar, de forma gratuita, cursos e campanhas de sensibilização sobre segurança no trânsito.

  • Implicações da PL para o comércio:

Os comerciantes que não tiverem acesso a profissionais regulamentados ficarão sem a logística para entrega de seus produtos. Os mais prejudicados serão os pequenos empresários que tentam se digitalizar nesse contexto de pandemia.

Vale ressaltar que o comércio varejista tem utilizado os aplicativos de entrega como principal alternativa para possibilitar as vendas de seus produtos durante o período de isolamento social, já́ que muitos empresários ficaram com os seus estabelecimentos fechados por meses. E mesmo com a abertura gradual, o delivery continua sendo um componente importante para a sobrevivência.

De acordo com estimativas da FecomercioSP, cerca de 202 mil estabelecimentos comerciais fecharam as suas portas no Brasil em decorrência da pandemia, sendo 197 mil de pequeno porte (97% do total). O cenário é grave. Para efeito de comparação, na recessão de 2015-2016, a maior crise vivida pelo varejo, foram fechadas cerca de 100 mil empresas, num período de dois anos.

Esses números apontam para um cenário de gravidade inédita para o varejo e afeta diretamente as expectativas de uma reversão no curto prazo, dadas as circunstâncias negativas que estão em vigor, em especial sobre a renda e o emprego. Neste sentido, qualquer medida que venha onerar essa nova economia digital terá impacto direto em toda a cadeia produtiva: comércio, entregadores e consumidores.

Portanto, o comércio sem alternativas para se manter, poderá ter mais atividades encerradas, contribuindo para o aumento do desemprego. E esse novo desempregado terá́ muita dificuldade se recolocar no mercado.

  • Implicações da PL para os consumidores:

Os consumidores terão menos acesso ao delivery, já que diminuirá drasticamente a quantidade de profissionais regulamentados e disponíveis para a entrega.

A Associação Brasileira Online to Offline (ABO2O) defende a Liberdade de Expressão e está aberta para dialogar com todos os entes da cadeia para construir, em conjunto, e com todos expondo seus pontos uma solução que atenda aos entregadores, que nesse caso, não estão de acordo com a obrigatoriedade da Placa Vermelha, assim como seja sustentável para todo o ecossistema da nova economia. 

 

Sobre a ABO2O: 

A Associação Brasileira Online to Offline (ABO2O) é uma entidade que reúne as principais plataformas digitais em operação no Brasil, incluindo marketplaces, aplicativos de mobilidade, meios de pagamento, fintechs e investidores.  A ABO2O existe para representar e defender os interesses coletivos da economia digital. Para isso, busca estimular ações públicas e privadas que contribuam para o desenvolvimento e fomento dessas tecnologias, por meio do diálogo com instituições públicas e privadas. Atualmente, reúne mais de 100 associados que conectam os mais diversos profissionais autônomos, como professores, advogados, médicos, entregadores, motoristas etc. Entre eles: Mercado Livre, B2W, OLX, 99, GetNinjas, Loggi, Movile, Rappi, Peixe Urbano, Cabify, Hotmart, Zoop, CrediGO, Hash, PayU, 4all, Adiq, PaySmart, Dr. Consulta, SummUp, Decolar.com, CargoX, Zoom & Buscapé, Monashees, SumUp, banQi, entre outras. 

Para mais informações visite o site https://o2obrasil.com.br/ e acompanhe a ABO2O nas redes sociais: LinkedIn, Instagram e Facebook 

 

Data: 22/10/2020


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