Diversidade na liderança: o motor silencioso da inovação

Por Lylian Brandão*

 

Em um mundo empresarial cada vez mais competitivo e complexo, a diversidade e a inclusão deixaram de ser pautas opcionais para se tornarem estratégias indispensáveis à inovação e à reputação das empresas. Quando falamos em liderança, esse debate ganha ainda mais força — e urgência.

Neste ano, pelo oitavo ano consecutivo, uma mulher ocupa o primeiro lugar do Ranking Merco Líderes, reafirmando um feito histórico de protagonismo: a CEO do Magazine Luiza, Luiza Trajano, em um cenário ainda dominado por homens. Mais que um reconhecimento individual, essa conquista representa um avanço coletivo. Nós somos símbolo de liderança empática, moderna e profundamente conectada com os valores que o mercado exige hoje: propósito, responsabilidade social e visão estratégica com impacto humano, e isso deve ser reconhecido sempre.

A presença feminina no topo da hierarquia corporativa ainda é exceção e isso precisa mudar. De acordo com o relatório State of Women in Leadership (2025), divulgado pelo LinkedIn, com dados de 74 países até o final de 2024, as mulheres representavam apenas 30,6% dos cargos de liderança em todo o mundo, enquanto sua participação em todas as funções é de 43,4%. A representação feminina na liderança cresceu 0,4 ponto percentual ao ano, especialmente entre 2015 e 2022. Porém, desde 2022, o progresso desacelerou significativamente.

À medida que os cargos se tornam mais altos, a participação feminina diminui. Na passagem de gerência para diretoria, o recuo é de 17 pontos percentuais. De diretoria para vice-presidência, a queda chega a 21 pontos. Tal situação, chamada de “The Broken Rung” (ou “degrau quebrado”), sinaliza impedimentos estruturais na progressão de carreira das mulheres.

Não obstante, pesquisa da Diversitera, empresa especializada em promover diversidade, equidade e inclusão (DEI) dentro das organizações, e que abrangeu o período de junho de 2022 a fevereiro de 2025, ainda acrescenta que 70% das mulheres ocupam funções operacionais.

Isso tudo retrata um contexto que ainda precisa mudar, mas no qual temos visto transformações. Essa lacuna não é apenas injusta: ela é impensável. Não podemos perder talentos, perspectivas e formas de pensar que podem transformar produtos, serviços e relações com consumidores.

 

Diversidade na liderança não é uma indulgência; trata-se de uma prerrogativa competitiva. Equipes plurais são mais criativas, tomam decisões mais inteligentes e conseguem dialogar com uma sociedade cada vez mais heterogênea. Isso vale para origem social, idade, gênero, raça, orientação sexual e tantos outros requisitos que formam a complexa tapeçaria humana.

A inovação, por definição, nasce do encontro com o diferente. É preciso confrontar ideias, desconstruir certezas e ouvir vozes que muitas vezes foram silenciadas. E quem melhor para liderar esse processo que pessoas que conhecem, na pele, o valor da resiliência, da escuta e da colaboração?

 

Como mulher e CEO, sinto diariamente os desafios — mas também as potências — de estar nesse lugar. Trata-se de refletir os movimentos que estão moldando o presente e o futuro das empresas no Brasil.

A presença de uma mulher no topo do ranking Merco Líderes não é coincidência. É sintoma de uma transformação que já começou, ainda que a passos lentos. Cabe a nós, enquanto sociedade, acelerar esse processo. Isso envolve mudar culturas organizacionais, revisar critérios de promoção, implementar políticas afirmativas e, sobretudo, acreditar — genuinamente — que a liderança não tem gênero, mas tem impacto.

 

Que possamos enxergar nas lideranças femininas não uma exceção a ser celebrada, mas uma nova regra a ser construída. O mercado está pronto. O talento já está aí. Falta apenas abrir as portas — e deixar que elas fiquem escancaradas.

*Lylian Brandão é CEO da Merco no Brasil.

 

Sobre a Merco

A Merco é a mais completa referência para a avaliação de Reputação Corporativa para a América Latina e avalia a reputação das organizações desde 2.000. Reconhecido como o único monitor auditado do mundo, realiza no Brasil atualmente quatro monitores: Ranking Reputação Empresas; Reputação Líderes Empresariais; Responsabilidade ESG e o Ranking Merco Talento.

Baseando-se em uma metodologia multistakeholder composta por seis avaliações e 26 fontes de informação, a Merco está presente em dezenove países, fornecendo uma variedade de monitores especializados, cada um adaptado às necessidades únicas de seus clientes.

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17/06/2025


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