Tive a oportunidade de ler “Tom Brady – Lições de Liderança de um Campeão”, escrito por Kevin Daum e Anne Mary Ciminelli, publicado pela editora Hábito. Foi uma leitura que me surpreendeu bastante porque mesmo conhecendo Tom Brady como jogador, a sacada dos autores de trazer os ensinamentos dele para o mundo corporativo foi muito boa.
Os autores apresentam Tom Brady gradualmente, então cada capítulo traz um pouco do dia a dia do jogador e situações em que é possível mostrar o quanto ele sabe atuar com sua equipe. Na sequência vem a “Lição de Liderança em Campo” com algumas dicas do que foi aprendido com Tom Brady e ainda no mesmo capítulo, seguem os exemplos de como o que foi aprendido pode ser colocado em prática no mundo corporativo.
Separei aqui para falar em especial da Parte III – Motivando a equipe – Confiança é o décimo segundo homem. O capítulo começa falando que para Brady a confiança é uma prioridade de comunicação.
É interessante observar como um dos jogadores recém-contratado do Patriots começa se autoanalisando: não sou um jogador incrível, sou um zé ninguém, mas sou um zé ninguém na NFL e vou poder contar isso para os meus filhos. Quando conseguir entrar em campo pelo Patriots, vou jogar com Brady, mas ele é ataque, eu sou defesa, dificilmente serei percebido por ele. E, eis que no vestiário, Tom Brady cumprimenta o jogador zé ninguém e se apresenta.
Nos treinos “ele ouve o colega com atenção e leva todos a sério” e “animado pela demonstração de confiança de Brady em você e inspirado na atitude dele, você tem o melhor ano de sua carreira com os Patriots”.
Na seção para as “Lições de liderança em campo”, os autores destacam: Construir
confiança requer tratar as pessoas com respeito. Demonstre esse respeito com palavras e ações.
“Uma das chaves para essa coesão é sua capacidade de transmitir confiança”. Brady e Belichick regularmente transformaram jogadores sem histórico algum em desempenho de primeira linha e com nomes conhecidos.
Funcionários cujos líderes os tratam com respeito são 63% mais satisfeitos no emprego, 55% mais engajados e 110% mais propensos a permanecer na empresa. Da mesma forma que, funcionários de empresas de alta confiança experimentam 74% menos estresse, 106% mais energia no trabalho, 50% mais produtividade, 76% mais engajamento, 29% mais satisfação com a própria vida e 40% menos esgotamento.
“Em coletivas de imprensa, ele não culpa os companheiros pelas derrotas e muitas vezes assume toda a responsabilidade”. “Brady não se esquiva do desconforto da conversa nem hesita em apontar erros, porém o faz de modo a construir confiança, em vez de criticar duramente”.
Logo depois de todo o contexto envolvendo Brady e o Patriots, os autores trazem exemplos de como seguir com o mesmo posicionamento frente a empresas, em cargos de liderança.
Passamos a falar de Luke e Madison, que estão no processo de fusão e aquisição da sua empresa de marketing digital, contratam Regan para o cargo de liderança, mas não conseguem empoderá-la como líder, eles a desafiavam a cada pequeno passo ou de repente voltavam atrás em iniciativas que já haviam aprovado.
Regan chamou os sócios para conversar e apontar a questão: eles não estavam deixando-a seguir na gestão – importância de comunicar o que não está legal para que quem está trabalhando com você saiba que isso está incomodando.
Mudando de empresa e de exemplo, vamos para outra história onde “Confiar nos colegas não quer dizer que você tem de ser o melhor amigo de cada membro da equipe.” E agora estamos falando de uma consultoria de TI, onde os membros do board estão com um problema porque um deles, mesmo sendo bem avaliado entre os demais, tem o costume de desmarcar reuniões sem justificativa e isso estava causando mal-estar entre a equipe que se sentia desprestigiada por ele simplesmente desmarcar e não dar uma justificativa para tal. O problema é que quando ele cancelava sem justificativa, acabava deixando alguns líderes irritados e a negatividade acabava contaminando a equipe.
Revisando a jogada: os líderes precisam deixar a própria bagagem para trás e não devem permitir que ela interfira na forma de operar. Não presuma que os outros entenderão sua sutiliza. Comunique-se de forma clara com palavras e sustente o que disser com ações consistentes.
Sobre os autores: Kevin Daum é autor, especialista em marketing e empreendedor reconhecido pelo ranking Inc. 500, e colunista do Inc.com e da Smart Business Magazine. Ele atua como consultor para diversas empresas e organizações sem fins lucrativos e é palestrante em temas como experiência do cliente, criatividade, estratégia e execução. Atualmente vive em Nova Iorque com sua esposa. Anne Mary Ciminelli é editora associada na TAE International, onde realiza pesquisas, escreve, revisa textos e gerência projetos. Ela é graduada pela Walsh School of Foreign Service da Universidade de Georgetown e possui um MBA e um Juris Doctor pela Universidade de Fordham. Ela reside em Potomac, Maryland.
“Tom Brady – Lições de Liderança de um Campeão”, escrito por Kevin Daum e Anne Mary Ciminelli e publicado pela editora Hábito tem 223 páginas, está disponível no formato impresso e digital nas livrarias de todo o Brasil e nas plataformas de e-commerce.
Janaína Leme
15/04/2025