Em um mundo cada vez mais conectado, onde as informações circulam em alta velocidade, comunicar setores complexos e desafiadores, como o agronegócio brasileiro, exige mais do que apenas dados: demanda uma verdadeira revolução na forma como narramos histórias. Desconstruir mitos, superar resistências e gerar empatia é o caminho para transformar percepções e construir diálogos genuínos entre empresas, sociedade e stakeholders.
Foi exatamente esse desafio que pautou a mais recente edição do PR³, promovido pelo Itaú Unibanco, evento que reuniu especialistas para debater como a comunicação pode ser a ponte para uma narrativa transparente, empática e orientada por evidências em setores que ainda enfrentam desconfiança da opinião pública.
Com mediação de Pâmela Vaiano, diretora de Comunicação Corporativa do Itaú Unibanco, o encontro contou com a participação de nomes de destaque, como Fabio Toreta, chefe da Assessoria Especial de Comunicação Social do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Mariana Grilli, jornalista da Jovem Pan e Nêmora Reche, head de Comunicação Corporativa para Proteção de Cultivos e Sementes da Syngenta Brasil. O debate aprofundou a importância de construir uma narrativa transparente, empática e orientada por dados, especialmente em setores como o agronegócio, que historicamente enfrentam resistência da opinião pública.
Nêmora Reche ressaltou a complexidade da agricultura brasileira, destacando a necessidade de comunicar as particularidades da chamada “agricultura tropical” e a importância de aproveitar espaços de diálogo para alcançar a grande imprensa, com foco no público consumidor final. Segundo ela, “nem sempre as pessoas estão interessadas em ouvir o que queremos dizer”, o que reforça a importância de pesquisas contínuas para compreender os indicadores e ajustar a narrativa de forma mais profunda e preparada.
Já Mariana Grilli enfatizou o compromisso dos jornalistas em apresentar uma agenda climática que contemple o agronegócio, sem perder a qualidade e a responsabilidade na informação transmitida. Ela destacou a necessidade de uma visão plural e global, que vá além da busca por cliques, defendendo o papel do repórter em ouvir atentamente as diversas fontes — excluindo opiniões negacionistas — para evitar sensacionalismos. Para Mariana, “a função do jornalista não é botar fogo no palheiro, mas informar com precisão, especialmente sobre questões críticas.”
Por fim, Fabio Toreta trouxe a perspectiva do Ministério do Meio Ambiente, salientando a relevância do engajamento dos stakeholders para enfrentar os desafios da mudança climática. Segundo ele, “a comunicação se torna efetiva quando acontece de dentro para fora”, motivo pelo qual o Ministério tem investido em espaços de escuta e diálogo. Fabio reforçou que a comunicação deve estar sempre a serviço das pautas prioritárias do Ministério, e que a imprensa exerce papel fundamental nesse processo, merecendo atenção especial.
Estar presente no evento, acompanhado por Marinna Cortez, coordenadora da Sing Comunicação, reafirma o compromisso da agência com uma comunicação que gera valor, contexto e transformação. A participação em espaços como o PR³ é fundamental para aprimorar práticas, ampliar conhecimentos e fomentar um diálogo aberto e qualificado com os diversos públicos e setores da sociedade.
Parabenizamos os organizadores do PR³ pelo espaço de diálogo e troca de experiências, que certamente contribui para inspirar melhores práticas na comunicação corporativa e na construção de narrativas que impactam positivamente a sociedade.
*Por Isadora Fernandes
15/07/2025