Inteligência Emocional: entre sentir, escolher e se priorizar

As emoções são reações automáticas do nosso organismo diante de uma situação. Elas simplesmente acontecem – não escolhemos sentir raiva, tristeza, medo ou alegria. O que está nas nossas mãos não é controlar a emoção em si, mas decidir o que vamos fazer com ela. A grande questão da inteligência emocional é exatamente essa: vamos reagir de forma impulsiva e estressada ou com mais consciência e calma? 

Entre emoção e comportamento precisa existir um espaço. Em vez de ir direto do sentir para o agir, é essencial fazer uma pausa: primeiro nomear o que estamos sentindo, depois analisar a situação e só então decidir como responder. Esse intervalo, por menor que pareça, é o que diferencia reação automática de resposta madura. 

Autocompaixão não é vitimismo e nem egoísmo: é a capacidade de se colocar em primeiro lugar quando necessário. Quantas vezes por dia você diz “sim” para os outros e “não” para si mesmo? Em algum momento, isso cobra um preço. 

Talvez a metáfora mais clara seja a das máscaras de oxigênio no avião: quando elas caem, você precisa colocar a sua primeiro para depois ajudar quem está ao lado. Na vida é a mesma coisa. Se você não se cuida, não se organiza e não se respeita, uma hora acaba sem energia física, emocional e mental para sustentar tudo o que abraçou. 

Autocompaixão é filtrar melhor aonde vai o seu “sim”, entender seus limites e lembrar que você também precisa de cuidado, descanso, acolhimento e tempo. 

Cuidar dos pilares: corpo, dinheiro, vínculos e fé   

No dia a dia, é fácil entrar no modo “sobrevivência” e simplesmente ir apagando incêndio. Mas não dá para viver assim o tempo todo. Não se dar tempo pode até acontecer em fases específicas, porém isso precisa ter data para acabar. 

Cuidar da própria vida passa por olhar para alguns pilares fundamentais:   

– Corpo (saúde física, sono, alimentação, movimento)   

– Finanças (organização, planejamento, menos susto, mais clareza)   

– Família (presença real, não só convivência automática)   

– Amigos (relações que sustentam, não apenas contatos)   

– Fé/espiritualidade (sentido, propósito, valores) 

 

Quando esses pilares estão minimamente cuidados, a gente constrói uma verdadeira rede de apoio interna. Se um deles balança, os outros ajudam a segurar. Mas quando tudo está negligenciado ao mesmo tempo, qualquer problema vira um terremoto. 

Outro ponto essencial da inteligência emocional é diferenciar simpatia de empatia. Simpatia é quando você oferece o que você tem: conselhos prontos, frases feitas, “vai dar tudo certo”, “fica calma”, “já passei por isso também”.  Empatia é quando você se esforça para entender o que o outro realmente precisa naquele momento – e nem sempre isso é uma solução, às vezes é só presença, escuta e respeito. 

Isso é especialmente importante no trabalho e nas relações com as novas gerações. Quem está chegando no mercado hoje quer participar das decisões, cocriar, ser ouvido. Não basta “ter boa vontade”, é preciso criar espaço real de diálogo, ouvir de verdade e construir junto. 

Habilidade social não é ser extrovertido   

Existe um mito de que ter habilidade social é ser falante, expansivo, “pessoa de palco”. Não é. Pessoas introvertidas podem ter tanta – ou até mais – habilidade social do que pessoas extrovertidas; a diferença é que isso se manifesta de outro jeito: na escuta profunda, na observação, na capacidade de ler ambientes e pessoas. 

Desenvolver habilidade social é entender a importância de se relacionar bem, respeitar contextos, adaptar a linguagem, saber dar feedback, negociar, conversar sobre temas difíceis. Não é fazer graça o tempo todo, é saber se conectar. 

O livro “O Poder dos Quietos”, de Susan Cain, aprofunda muito bem esse tema ao mostrar a força das pessoas mais silenciosas em um mundo que supervaloriza a extroversão. 

Evitar surpresas desnecessárias também é inteligência emocional   

Um conselho simples, mas poderoso: sempre que der, evite surpresas.  Você nunca sabe como o outro vai reagir a uma notícia, mudança ou decisão. Quando possível, preparar o terreno, comunicar antes, explicar o contexto e ouvir percepções reduz ruído, resistência e conflito. Não é manipular, é respeitar o tempo emocional das pessoas. 

Essas ideias surgiram a partir de um encontro promovido pela Abracom-RS com a Helena Brochado sobre inteligência emocional. Ao ouvir a Helena falar sobre emoções, autocompaixão, pilares de vida, empatia e habilidade social, muita coisa fez ainda mais sentido. 

No fim, inteligência emocional é menos sobre ter “controle total” e mais sobre construir consciência: de si, do outro e do contexto. É praticar, dia após dia, esse espaço entre sentir e agir – e, nesse caminho, aprender a cuidar melhor de você e das suas relações. 

Janaína Leme 

03/12/2025

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