
A campanha nacional Novembro Azul termina neste fim de semana, mas traz reflexões importantes sobre a maneira como lidamos com a saúde masculina ao longo da vida. Em bate-papo entre o time da Sing Comunicação e a coordenadora do Serviço de Atendimento Especializado (SAE) da Secretaria de Saúde de Ferraz de Vasconcelos, Joelma Barcelos, tivemos a oportunidade de entender mais sobre a forma como os aparelhos públicos e privados de saúde atuam nestes temas.
Neste sentido, é importante destacar que o debate vai além da importante e valiosa prevenção ao câncer de próstata, missão pela qual a campanha é ampla e majoritariamente conhecida. Aqui, nos deparamos também com a necessidade de reforçar informações sobre prevenção e tratamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e a forma como elas podem afetar não apenas a saúde do indivíduo que a contrai, mas também de familiares e pessoas com as quais estes homens se relacionam ao longo da vida
Quando olhamos para as mulheres, de acordo com dados trazidos por Joelma, o vírus HPV, por exemplo, é responsável por 95% dos casos de câncer de colo do útero, sendo o segundo tipo que mais atinge as mulheres no Brasil, atrás apenas dos casos de câncer de mama. Mas quando pensamos que os homens também contraem e disseminam o vírus, o alerta deixa ser apenas fisiológico e passa a ter uma dimensão social, econômica, psíquica e emocional, que devem ser contemplados no tratamento oferecido pelos profissionais de saúde.
Neste sentido, é fundamental reforçar que a prevenção e o acesso à informação por meio da campanha devem considerar a desigualdade educacional, social e econômica da população brasileira. A informação, infelizmente, não é passada e absorvida por toda a população da mesma forma, o que exige cuidado, recorrência e uma ampla rede de acolhimento para os homens, famílias e demais redes de afeto e vínculo.
O bate-papo foi extremamente valioso para jogar luz a todas essas questões e fazer com que a gente reflita sobre nossa percepção atual da saúde masculina. Permeada historicamente por tabus, desinformação e negligência, o autocuidado do homem traz pontos de atenção que vão muito além do bem-estar pessoal e sugerem que a mobilização pública, por meio de campanhas e demais frentes de ação, deve chamar a atenção de todos para além do mês de novembro.
Quanto mais homens mais saudáveis, conscientes e bem-informados tivermos em nosso país, mais chances teremos de passar esse conhecimento para gerações futuras e tornar a vida de crianças, mulheres e idosos mais segura, longeva e confortável.
28/11/2025
Eduardo Santos

