A comunicação brasileira ainda reproduz desigualdades profundas e isso precisa ser transformado com urgência. Mesmo representando 56% da população, pessoas negras ocupam apenas 23% das redações no País, segundo levantamentos recentes de entidades do setor. Essa discrepância revela um cenário que vai muito além da falta de representatividade: trata-se de uma ausência estrutural de oportunidades, narrativas e protagonismo.
Foi nesse contexto que a Abracom realizou, em celebração ao Mês da Consciência Negra, um encontro fundamental para o setor, em parceria com a Futuro Black. A iniciativa reuniu lideranças comprometidas com a mudança e colocou em evidência desafios e caminhos possíveis para um mercado mais justo.
O debate contou com Thiago Augustto, jornalista, empreendedor social e fundador da Futuro Black, reconhecido por sua atuação em comunicação antirracista e pelo trabalho de pesquisa em racismo linguístico. A mediação foi conduzida por Michele Cruz, Diretora Estadual da Abracom-PE e líder de Diversidade, Equidade e Inclusão.
Transformar a narrativa é transformar o mercado
Thiago iniciou sua fala com uma observação contundente: historicamente, quando a mídia retrata algo positivo, costuma associar essas histórias a pessoas brancas. Já as pessoas negras, frequentemente, aparecem vinculadas a fatos negativos. Essa lógica midiática motivou a criação do banco de talentos da Futuro Black, voltado a ampliar o acesso de profissionais negros a oportunidades reais e diversas. O objetivo é claro: fazer com que pessoas negras sejam convidadas a falar não apenas sobre suas dores, mas também sobre suas habilidades, especialidades e conquistas.
Ao longo do encontro, foram reforçadas distinções que precisam ser compreendidas e aplicadas no dia a dia das organizações:
- Diversidade é garantir que pessoas diferentes ocupem o mesmo espaço — o chamado “teste do pescoço” ajuda a medir isso na prática.
- Inclusão vai além da presença: é assegurar que todos participem, contribuam e sejam ouvidos.
- Equidade é criar condições para que todos possam acessar as mesmas oportunidades, reconhecendo desigualdades históricas.
Thiago pontuou que algumas práticas de recrutamento podem, inadvertidamente, excluir talentos negros. Exigências como morar próximo à empresa ou ter fluência em idiomas estrangeiros revelam desigualdades estruturais que o mercado ainda precisa enfrentar.
Um dos pontos centrais do encontro foi o chamado à necessidade de permanência. Pensar antirracismo significa colocar pessoas negras em posições de protagonismo durante todo o ano, e não apenas em novembro. Significa reconhecer a pluralidade dentro dos próprios grupos diversos, considerando fatores como localização, religião e trajetórias individuais.
Além do banco de talentos, a Futuro Black oferece consultorias para apoiar empresas na contratação estruturada de profissionais negros, contribuindo para ambientes mais justos e representativos.
Uma agenda que exige ação
O webinar reforçou que diversidade não se resume a discursos institucionais. É uma prática que demanda revisão de processos, mudança de cultura e compromisso contínuo com equidade.
A Sing Comunicação reafirma sua responsabilidade nesse movimento, buscando promover diálogos, apoiar iniciativas e contribuir para um setor mais plural e alinhado ao futuro que desejamos construir.
Isadora Fernandes
01/12/2025
Sing Comunicação - Agência de PR no Brasil, México e Latam, especializada em tecnologia, inteligência artificial, assessoria de imprensa, gestão de reputação de marcas e estratégias de mídia para empresas globais.
PR Agency Brazil | PR Agency Latam

