Equilíbrio deve ser a palavra-chave e esforço coletivo para minimizar os impactos da alta demanda é essencial
A interdependência entre a inteligência artificial (IA) e a energia elétrica configura-se cada vez mais como um ciclo de produção que exige inovações tecnológicas a fim de superar desafios. O avanço exponencial do uso da IA, presente tanto no cotidiano quanto nas indústrias, intensifica a demanda por energia em data centers e outros sistemas, resultando no sobrecarregamento do desempenho da eletricidade que, mais do que nunca, recebe volumes massivos de consumo. De acordo com a International Energy Agency (IEA), a previsão é que a demanda elétrica de data centers no mundo mais que dobre até 2030, atingindo, pelo menos, 945 terawatts-hora (TWh), o equivalente a todo o consumo atual de eletricidade do Japão.
Esse novo cenário levanta uma questão central: como transformar essa relação em uma via de mão dupla, na qual a IA não apenas consome energia, mas também contribui ativamente para a sua otimização? Nesse contexto, surgem soluções em que a IA é aplicada diretamente nas empresas do setor elétrico, com o objetivo de reduzir o consumo por meio de análises preditivas, automação de processos e aumento da eficiência operacional.
Ao mesmo tempo, concessionárias de energia têm buscado alternativas para viabilizar, a longo prazo, o crescimento sustentável da própria IA, garantindo uma infraestrutura energética capaz de suportar sua escalada tecnológica sem comprometer recursos naturais ou a estabilidade do sistema elétrico. Para André Sih, Founder & Managing Partner da Fu2re Smart Solutions e mestre em Inteligência Artificial pela PUC, o grande desafio está em equilibrar a balança: “Extrair o máximo da inteligência artificial deve vir acompanhado de ações que reforcem os pilares do ESG. A verdadeira inovação acontece quando avançamos tecnologicamente enquanto construímos um modelo energético mais limpo, inteligente e resiliente”, afirma.
Entre as oportunidades para otimizar esse cenário, destacam-se tecnologias recentes voltadas à transformação da energia renovável e à gestão mais eficiente da demanda elétrica. Um exemplo promissor é o uso de gêmeos digitais (digital twins), tecnologia utilizada pela NVIDIA, que permite simular, em ambiente virtual, o funcionamento de usinas solares e eólicas. Esses modelos testam diferentes configurações para maximizar a eficiência e prever falhas operacionais com o apoio de IA física-informed, uma abordagem que integra algoritmos de inteligência artificial com princípios da termodinâmica, fluidodinâmica e outras leis da física, garantindo previsões mais precisas e confiáveis.
Para além da aplicação direta da inteligência artificial no setor energético, diversas inovações tecnológicas vêm ampliando o potencial de transformação desse ecossistema. Um exemplo relevante é a nova geração de GPUs Blackwell Ultra (B100/B200), desenvolvida para redefinir o treinamento e a inferência de modelos de IA, que garante uma eficiência energética até 25 vezes maior. Essa evolução promete revolucionar a escalabilidade dos data centers, permitindo que empresas treinem modelos mais complexos em menos tempo e com menor custo operacional, um avanço essencial frente à crescente demanda computacional.
No campo da mobilidade e da automação, os chips Jetson Thor estão acelerando a transformação de veículos autônomos e drones, ao integrarem técnicas avançadas de aprendizado por reforço. Essa tecnologia impulsiona a inovação em setores como logística, inspeção de infraestrutura e manutenção de sistemas elétricos, tornando operações críticas mais seguras e econômicas.
Paralelamente, o NVIDIA Omniverse Cloud foi expandido para possibilitar simulações industriais em larga escala, cada vez mais realistas e detalhadas. A ideia é que as empresas possam adotar a tecnologia para desenvolver gêmeos digitais altamente precisos, capazes de simular mudanças estruturais e operacionais antes de serem implementadas no mundo físico. Essas simulações não apenas aumentam a eficiência dos processos, como também reduzem riscos e desperdícios.
Entre as oportunidades para otimizar esse cenário, destacam-se também os desafios de lidar com fontes intermitentes e picos de demanda, limitações ainda presentes nas previsões oferecidas pelas redes tradicionais de energia. “Para superar esse obstáculo, é fundamental promover uma colaboração efetiva entre o mercado e o governo. Os players do setor precisam estar atentos à gestão desses ativos e à interpretação estratégica dos dados, adotando uma abordagem mais assertiva e integrada sobre o tema”, comenta Sih.
Durante o GTC 2025, ficou evidente que a inteligência artificial é um dos pilares centrais da transição energética global. Um dos pontos-chave é o investimento em hardwares mais eficientes, como o exemplo mencionado sobre a nova geração de GPUs Blackwell, desenvolvida especialmente para oferecer maior performance com menor consumo de energia, uma tecnologia essencial para tornar a inferência de IA mais sustentável e acessível em larga escala. Além disso, a padronização de dados em redes elétricas surge como um fator crítico.
“Isso significa criar formatos e protocolos comuns que permitam que diferentes sistemas de geração, transmissão e consumo de energia compartilhem informações de maneira fluida e segura. Essa uniformização é vital para o treinamento de modelos robustos, capazes de antecipar falhas, otimizar fluxos e equilibrar a distribuição energética em tempo real. Em síntese, a integração inteligente entre IA, infraestrutura energética e políticas públicas marca o caminho para um futuro mais limpo, eficiente e resiliente”, finaliza o executivo.
Sobre a Fu2re
A Fu2re é especializada em soluções de inteligência artificial que transformam operações e otimizam processos nas indústrias de energia, óleo e gás. Com uma equipe altamente qualificada, desenvolve tecnologias de ponta, como o SmartVision AI, uma plataforma no-code que combina visão computacional e IA, permitindo atualizações rápidas nos modelos de inteligência artificial. Com diversas soluções já em operação, a Fu2re se destaca por entregar resultados mensuráveis e assertivos, atendendo às necessidades específicas de grandes empresas. Reconhecida no ranking 100 Startups to Watch pelo segundo ano consecutivo, está no TOP3 entre scale-ups de IA e no TOP100 geral, consolidando-se como referência em inovação e transformação digital.
Site: www.fu2re.com.br
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Sing Comunicação de Resultados
15/05/2025