Web Summit Rio 2025: como a Inteligência Artificial está transformando a indústria alimentícia e o futuro do trabalho

O Web Summit Rio 2025 trouxe discussões inovadoras sobre o impacto da Inteligência Artificial (IA) em diferentes setores. Duas apresentações do dia 29/04 chamaram atenção: uma com Mathias Muchnick, CEO da NotCo, que mostrou como a IA está revolucionando o setor alimentício; e outra com a Chief Impact da IBM, Justina Nixon-Saintil, que discutiu as habilidades essenciais para a colaboração entre humanos e agentes de IA.  

Durante o painel “Os alimentos com IA que você nem sabia que precisava”, Mathias Muchnick, fundador e CEO da NotCo, apresentou a inteligência artificial Giuseppe, que tem sido a base da inovação da empresa no desenvolvimento de alimentos plant-based, que replicam a experiência sensorial dos produtos tradicionais. 

 

Entre os principais pontos abordados, estavam:  

  • Tecnologia como diferencial: a IA da NotCo analisa interações químicas entre ingredientes vegetais para prever sabor, textura e aroma, criando gêmeos digitais de alimentos. 
  • Agilidade e escala: em apenas 1,5 ano, a empresa lançou produtos em oito categorias, firmando parcerias com marcas como Starbucks e Burger King. 
  • Conexão cultural: a IA é usada para criar alimentos adaptados a diferentes contextos, como um snack com cafeína para consumo em grupo ou uma barra de chocolate com baixo açúcar para o mercado britânico. 
  • Soluções criativas: a empresa desenvolveu até produtos para festivais, como snacks que reduzem a vontade de ir ao banheiro, além de petiscos compartilháveis entre humanos e cães. 
  • Sustentabilidade e futuro: a NotCo está investindo em substituir ingredientes de alto custo ou impacto ambiental, como o cacau, utilizando IA para encontrar alternativas viáveis e sustentáveis. 

Já no painel “Agentes como aliados: as habilidades para trabalhar com a IA”, Justina Nixon-Saintil, Chief Impact da IBM, e Chris Stephens, Field CTO da Groq, mediados por Michelle Castillo, jornalista da TIWWG Media Production, falaram sobre como preparar o mercado de trabalho para a era da IA colaborativa, na qual humanos e máquinas atuam lado a lado. Entre os destaques da sessão, tivemos: 

 

  • Infraestrutura de IA: a Groq apresentou seu chip de inferência LPU, utilizado por mais de 1,2 milhão de desenvolvedores, acelerando a adoção de IA em escala. 
  • Capacitação acessível: a IBM apresentou o programa gratuito Skills Build, que oferece trilhas de aprendizado em IA, ciência de dados, ética e privacidade. 
  • Alfabetização digital para todos: a educação em IA não é só para programadores. Professores, gestores e outros profissionais também precisam entender o básico para adaptar seus trabalhos à nova realidade. 
  • Ética e governança: a IBM destacou seu conselho de ética em IA enfatizando a importância da transparência e da explicabilidade nos sistemas automatizados. 
  • Soberania tecnológica: o debate incluiu a necessidade de países, como o Brasil, desenvolverem infraestrutura própria e usarem energia verde para impulsionar sua independência tecnológica. 

As apresentações demonstraram como a IA está deixando de ser uma promessa e se tornando um motor real de inovação — seja no alimento do dia a dia, seja na forma como trabalhamos e colaboramos com a tecnologia. A chave do futuro? Capacitação, ética e propósito. 

Janaína Leme 


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